O governo moçambicana avisa que houve uma grande “graves irregularidades” no recenseamento eleitoral.
O presidente da Renamo, principal partido da oposição moçambicana, alertou hoje que "as graves irregularidades" ocorridas no último recenseamento eleitoral são "pólvora" para um novo conflito, enfatizando o compromisso com o "diálogo e a tolerância".

As graves irregularidades do último recenseamento eleitoral, que denunciámos – participámos oficiosa e publicamente às autoridades competentes -, não mereceram o devido provimento, o que indicia uma autêntica pólvora de conflito”, disse Ossufo Momade.
O líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) falava em Maputo, na cerimónia oficial de encerramento da fase de desarmamento e desmobilização do braço armado do principal partido da oposição, após o fecho, no dia 15, da última base do movimento.
“Estamos todos recordados que, desde as primeiras eleições [gerais, em 1994], os sucessivos conflitos tiveram como causa a fraude eleitoral”, acusou.
Assinalando que os guerrilheiros da Renamo “nunca fizeram a guerra por vontade própria”, Ossufo Momade apontou as violações da lei pelo Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), manipulação e instrumentalização dos órgãos eleitorais, dos tribunais e da administração pública, para a cobertura de supostas fraudes eleitorais, como fatores que levaram à violência armada entre as forças governamentais e o braço armado do principal partido da oposição.
Ossufo Momade apelou à comunidade internacional para manter o seu interesse pela democracia moçambicana, através de um acompanhamento dos próximos processos eleitorais, visando eleições livres, justas e transparentes.
O líder da Renamo enfatizou o compromisso do seu partido com o “diálogo e a tolerância” como “únicas vias” para a resolução das “diferenças”.
Momade apelou às comunidades de acolhimento dos guerrilheiros desmobilizados para uma reintegração harmoniosa na vida civil.
Referiu ainda que a Desmobilização, Desarmamento e Reintegração (DDR) não significa o fim da Renamo, pois o partido vai continuar a pugnar pela democracia.