«Jogo a mais para árbitro a menos…», a crónica do Farense-Sporting

Num jogo disputado em ritmo alucinante, será justo dizer que o Sporting, que construiu um dezena de ocasiões de golo, contra três do adversário, não mereceu os três pontos? Se o futebol fosse apenas estatística, os leões de Alvalade tinham goleado em Faro. Como é, felizmente, muito mais do que isso, subsistem dúvidas, alimentadas por um desempenho desastrado da equipa de arbitragem, que depois de não ver um segundo cartão amarelo do tamanho do Everest a Hjulmand (42), decidiu-se por considerar faltoso, aos 87 minutos, um lance sobre Edwards, na grande área do Farense, em que o avançado inglês arrastou o pé até tocar em alguém. Luís Godinho apitou para os onze metros — e daí seria decidida a partida — perante o mutismo de Manuel Mota, que no VAR devia ter esclarecido o seu companheiro, árbitro de campo. Se a isto juntarmos algumas dúvidas na expulsão de Gonçalo Silva (era golo iminente, ou Ricardo Velho estava em linha para defender a bola?) e um livre absurdo assinalado a Nuno Santos, que viria a resultar no segundo golo do Farense, vemos como um mau trabalho da equipa de arbitragem inquinou 90 minutos de futebol disputado com altíssima intensidade. E embora a equipa da casa tenha mais razões de queixa, não terá sido subserviência ao clube de maior dimensão a explicar o flop de Luís Godinho, mas a incapacidade de se recompor perante as dúvidas que as próprias decisões lhe geraram. Nunca esteve tranquilo, viveu sobre brasas e não esteve à altura daquilo que lhe foi pedido. Há noites assim, que não podem, contudo, ser branqueadas. Sem responsabilização não há evolução.